A QUÍMICA DA VIDA

O texto a seguir foi retirado do início da parte 1 do livro de Bioquímica, do Voet. Trata de uma alusão perfeita ao significado da Bioquímic...

domingo, 1 de dezembro de 2019

MECANISMO DE AÇÃO E OS EFEITOS DO CORTISOL NO MÚSCULO ESQUELÉTICO E CARDÍACO


MECANISMO DE AÇÃO E OS EFEITOS DO CORTISOL NO MÚSCULO ESQUELÉTICO E CARDÍACO (grupo 15)

RESENHA

O Cortisol ou, como é popularmente conhecido, “hormônio do stress”, é um hormônio da classe dos glicocorticoides, sintetizado no córtex das glândulas suprarrenais. É de suma importância para o ser humano na medida em que participa de forma ampla nos processos de regulação metabólica da glicose, das proteínas e dos ácidos graxos livres.  Nos períodos de jejum, auxilia no aumento da taxa de glicemia (efeito semelhante ao do Glucagon) tendo função antagônica à da Insulina, e incita a gliconeogênese mediante a disponibilização de aminoácidos (AA) para essa via; estimula a lipólise no tecido adiposo; eleva a proteólise e reduz a proteogênese nas fibras musculares. Além disso é por meio do cortisol que há o recrutamento de ácidos graxos livres como fonte energética para o organismo. Esse hormônio age também no controle da obtenção e oxidação de glicose dos músculos esqueléticos para aquisição de energia, deslocando esse composto para utilização do encéfalo. Os glicocorticoides, de modo geral, ampliam a capacidade cardíaca e o tônus periférico dos vasos sanguíneos.
O mecanismo de ação desse hormônio nos músculos ocorre na contribuição da conversão das proteínas contidas nessa região em glicogênio, a partir da degradação proteica, um exemplo disso é a alanina. Os aminoácidos obtidos são cedidos para a gliconeogênese e nessa via diversas enzimas são ativadas juntamente com a excreção de compostos nitrogenados dos AA. Esse é um processo considerado fisiologicamente normal, mas caso ocorra em demasia, tem como consequência a depleção das reservas proteicas dos músculos, ossos e tecido conjuntivo. Os efeitos hiperglicemiantes, lipolíticos e cetogênicos do cortisol se revelam quando o mesmo se encontra em altos níveis de secreção, devido a situações de estresse ou exercícios físicos prolongados sem descanso.
Não obstante a esses fatos, na situação de ausência do cortisol a capacidade de contração dos músculos esqueléticos e cardíaco é diminuída, possivelmente em decorrência da influência da concentração de corticoides na síntese de receptores como a acetilcolina e ß-adrenérgicos, responsáveis pelo relaxamento muscular. No caso, essa síntese acontece de forma duradoura em taxas mínimas de corticoides.
A relação da concentração de cortisol com a atividade muscular se mostra extremamente importante no que tange à prática de exercícios físicos. Em atividades de longa duração foi verificado que, apesar do índice de cortisol subir, há a indução de meios de adaptação no organismo para a proteção contra efeitos deletérios, como a regulação da enzima que transforma o cortisol livre em cortisona, sua forma inativa; sendo assim, o impacto desse hormônio está mais vinculado à atividade enzimática do que a sua concentração circulante.
Nas situações de estresse o que se verifica é uma elevação das operações cerebrais, da frequência cardíaca e respiratória e vasodilatação muscular para melhorar o desempenho dessas regiões, desse modo há uma mobilização de glicose e lipídios para suprir a demanda energética própria da ocasião. O estresse crônico, ou seja, a hiperativação dessas vias por muito tempo pode acarretar em problemas cardíacos, como infarto, insuficiência cardíaca e arritmia; o cortisol está intimamente ligado aos neurotransmissores Catecolaminas -Noradrenalina, Dopamina e Epinefrina- que são mediadores desses efeitos. A ampliação das funções cardíacas como reflexo da ação das catecolaminas resulta no consumo das reservas de ATP pelo miocárdio, incide na perda de glicogênio e em um acúmulo lipídico no tecido cardíaco, entre outras implicações. Exercícios físicos e o consumo de alimentos ricos de Triptofano, um AA precursor de Serotonina, que controla o estresse; e alimentos ricos em vitamina B5, composto que atua na regulação do cortisol, são algumas medidas indicadas para o controle dos níveis deste hormônio.

REFERÊNCIAS:
PEREIRA, Mafalda Costa; RIBEIRO, Laura. Stresse, Catecolaminas e Risco Cardiovascular. Arq Med,  Porto,  v. 26, n. 6, p. 245-253,  dez.  2012.Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087134132012000600003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:  10  nov. 2019.

FERREIRA et. al. Correlação entre situações estressoras, Cortisol salivar e variabilidade da frequência cardíaca. XIV Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e X Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, 2010. Disponível em: http://www.inicepg.univap.br/. Acesso em: 10 Nov. 2019.
ROSA, Thais Gonçalves. Influência dos agentes estressores no aumento dos níveis de cortisol plasmático. Universidade de Rio Verde-GO, 2016. Disponível em: unirv.edu.br. Acesso em: 10 Nov. 2019.
Canali, E., & Kruel, L. F. (2001). Respostas hormonais ao exercício. Revista Paulista De Educação Física15(2), 141-153. https://doi.org/10.11606/issn.2594-5904.rpef.2001.139895. Acesso em: 26 de nov. 2019.
BUENO, Juliano Ribeiro; GOUVÊA, Cibele M. C. P.. Cortisol e exercício: efeitos, secreção e metabolismo. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.5, n.29, p.435-445. Set/Out. 2011. Acesso em: 26 de nov. 2019.

ARTIGO 
 Este artigo realiza uma revisão bibliográfica sobre os efeitos do cortisol no exercício, sua secreção e metabolismo. O exercício físico modula uma série de reações orgânicas, contudo os efeitos do exercício sobre os níveis e metabolismo do cortisol ainda não estão totalmente esclarecidos.  

MAPA METABÓLICO E APRESENTAÇÃO EM SLIDES


O Mapa Metabólico e a apresentação e slides foram incluídos em uma pasta do Google Drive

Nenhum comentário:

Postar um comentário