MECANISMO DE AÇÃO E OS EFEITOS DO
CORTISOL NO MÚSCULO ESQUELÉTICO E CARDÍACO (grupo 15)
RESENHA
O Cortisol
ou, como é popularmente conhecido, “hormônio do stress”, é um hormônio da
classe dos glicocorticoides, sintetizado no córtex das glândulas suprarrenais.
É de suma importância para o ser humano na medida em que participa de forma
ampla nos processos de regulação metabólica da glicose, das proteínas e dos
ácidos graxos livres. Nos períodos de
jejum, auxilia no aumento da taxa de glicemia (efeito semelhante ao do
Glucagon) tendo função antagônica à da Insulina, e incita a gliconeogênese
mediante a disponibilização de aminoácidos (AA) para essa via; estimula a
lipólise no tecido adiposo; eleva a proteólise e reduz a proteogênese nas
fibras musculares. Além disso é por meio do cortisol que há o recrutamento de
ácidos graxos livres como fonte energética para o organismo. Esse hormônio age
também no controle da obtenção e oxidação de glicose dos músculos esqueléticos
para aquisição de energia, deslocando esse composto para utilização do encéfalo.
Os glicocorticoides, de modo geral, ampliam a capacidade cardíaca e o tônus
periférico dos vasos sanguíneos.
O
mecanismo de ação desse hormônio nos músculos ocorre na contribuição da
conversão das proteínas contidas nessa região em glicogênio, a partir da
degradação proteica, um exemplo disso é a alanina. Os aminoácidos obtidos são
cedidos para a gliconeogênese e nessa via diversas enzimas são ativadas
juntamente com a excreção de compostos nitrogenados dos AA. Esse é um processo
considerado fisiologicamente normal, mas caso ocorra em demasia, tem como
consequência a depleção das reservas proteicas dos músculos, ossos e tecido
conjuntivo. Os efeitos hiperglicemiantes, lipolíticos e cetogênicos do cortisol
se revelam quando o mesmo se encontra em altos níveis de secreção, devido a
situações de estresse ou exercícios físicos prolongados sem descanso.
Não
obstante a esses fatos, na situação de ausência do cortisol a capacidade de
contração dos músculos esqueléticos e cardíaco é diminuída, possivelmente em
decorrência da influência da concentração de corticoides na síntese de receptores
como a acetilcolina e ß-adrenérgicos, responsáveis pelo relaxamento muscular. No
caso, essa síntese acontece de forma duradoura em taxas mínimas de corticoides.
A
relação da concentração de cortisol com a atividade muscular se mostra
extremamente importante no que tange à prática de exercícios físicos. Em
atividades de longa duração foi verificado que, apesar do índice de cortisol
subir, há a indução de meios de adaptação no organismo para a proteção contra efeitos
deletérios, como a regulação da enzima que transforma o cortisol livre em
cortisona, sua forma inativa; sendo assim, o impacto desse hormônio está mais vinculado
à atividade enzimática do que a sua concentração circulante.
Nas
situações de estresse o que se verifica é uma elevação das operações cerebrais,
da frequência cardíaca e respiratória e vasodilatação muscular para melhorar o
desempenho dessas regiões, desse modo há uma mobilização de glicose e lipídios
para suprir a demanda energética própria da ocasião. O estresse crônico, ou
seja, a hiperativação dessas vias por muito tempo pode acarretar em problemas
cardíacos, como infarto, insuficiência cardíaca e arritmia; o cortisol está
intimamente ligado aos neurotransmissores Catecolaminas -Noradrenalina, Dopamina
e Epinefrina- que são mediadores desses efeitos. A ampliação das funções
cardíacas como reflexo da ação das catecolaminas resulta no consumo das
reservas de ATP pelo miocárdio, incide na perda de glicogênio e em um acúmulo
lipídico no tecido cardíaco, entre outras implicações. Exercícios físicos e o
consumo de alimentos ricos de Triptofano, um AA precursor de Serotonina, que controla
o estresse; e alimentos ricos em vitamina B5, composto que atua na regulação do
cortisol, são algumas medidas indicadas para o controle dos níveis deste
hormônio.
REFERÊNCIAS:
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nov. 2019.
ARTIGO
Este artigo realiza uma revisão bibliográfica sobre os efeitos do cortisol no exercício, sua secreção e metabolismo. O exercício físico modula uma
série de reações orgânicas, contudo os efeitos
do exercício sobre os níveis e metabolismo do
cortisol ainda não estão totalmente
esclarecidos.
MAPA METABÓLICO E APRESENTAÇÃO EM SLIDES
O Mapa Metabólico e a apresentação e slides foram incluídos em uma pasta do Google Drive
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