Ao
estudar sobre os mecanismos bioquímicos da toxidade da amônia, observou-se que
o processo de catabolismo proteico tem como produto final a Amônia. Esse
composto na forma não ionizada é representado como NH₃ e na forma ionizada como NH₄⁺, compondo a amônia total (NH₄⁺ + NH₃). Como a forma não ionizada apresenta
uma grande capacidade de se difundir nas membranas celulares, conclui-se que é
o tipo mais tóxico de amônia. (CAMPOS et
al., 2012). Em condições normais, nos hepatócitos, o glutamato é transportado
até a mitocôndria pelo citosol, e nela sofre a desaminação oxidativa,
catalisada pela L-glutamato-desidrogenase. Em alguns processos do organismo é
gerada amônia livre através da degradação de nucleotídeos. Geralmente a amônia
livre é convertida em compostos não tóxicos antes de ser transportada para o
sangue e depois para fígado e rins. O glutamato é essencial para o metabolismo
do grupo amino, e é substituído pelo grupo l-glutamina. O glutamato se combina
com a amônia livre que foi produzida nos tecidos e então é produzida a
glutamina, pela ação da enzima glutamina sintetase (desempenha um papel
metabólico central). A glutamina transporta o amônio de uma maneira não tóxica.
(LEHNINGER, 2014). A toxicidade da amônia apresenta uma relação com o ciclo da
ureia, pois faz com que as reações iniciais desse ciclo ocorram dentro da
mitocôndria, para evitar que os íons amônia entrem em contato com a corrente
sanguínea. O excesso de amônia pode gerar uma grande utilização de
α-cetoglutarato (composto intermediário do Ciclo de Krebs) e diante disso,
gerar uma pequena disponibilidade desse composto para o CK, acarretando na
parada da cadeia transportadora de elétrons. (LEHNINGER, 2014). Para que a amônia
seja eliminada, ocorrem três etapas. A primeira delas, em que ocorre a remoção
de um grupo amino, é o processo de transaminação, em que o grupo α-amino é
transferido para o átomo de carbono α do α-cetoglutarato e produz o
α-cetoácido, semelhante ao aminoácido e ao glutamato. No segundo passo, há o
transporte de NH₄⁺
para o fígado, através de alanina e glutamina. E por fim, a eliminação de NH₄⁺ no fígado, através do ciclo da ureia. (LEHNINGER,
2014). Além do fígado, outro órgão importante para a excreção da ureia é o rim,
visto que quanto mais urina é produzida no rim, menor é a chance de
intoxicação. (KITAMURA, 2002). Para um bom funcionamento do ciclo da ureia, é
necessário que as enzimas carbamil fosfato sintase, ornitina transcarbamilase,
argininosuccinato sintetase, argininosuccinase e arginase estejam em atividade.
Além disso, é indispensável a presença dos substratos aspartato, arginina, ornitina, citrulina e
argininosuccinato, juntamente com três moléculas de ATP que foram geradas no
Ciclo de Krebs. (KITAMURA SS, 2002). A argina é a responsável pela excreção a
ureia e a partir dela é gerada a ornitina. “Na deficiência da Ornitina
Carbamoiltransferase, ou Ornitina Transcarbamilase (OTC), a função prejudicada
do ciclo da ureia resulta no acúmulo de níveis tóxicos de amônia no sangue e
cérebro, sendo os indivíduos mais gravemente afetados no início da vida”.
(SMITH et al., 2013) A deficiência dessa enzima afeta o funcionamento do ciclo
da ureia, elevando a amônia no sangue, juntamente com glutamina e alanina e
redução da citrulina plasmática (HERRAIZ GASTESI et al., 2015). Em condições
normais, nos hepatócitos, o glutamato é transportado até a mitocôndria pelo
citosol, e nela sofre a desaminação oxidativa, catalisada pela
L-glutamato-desidrogenase. Em alguns processos do organismo é gerada amônia
livre através da degradação de nucleotídeos. Geralmente a amônia livre é
convertida em compostos não tóxicos antes de ser transportada para o sangue e
depois para fígado e rins. O glutamato é essencial para o metabolismo do grupo
amino, e é substituído pelo grupo l-glutamina. O glutamato se combina com a
amônia livre que foi produzida nos tecidos e então é produzida a glutamina,
pela ação da enzima glutamina sintetase (desempenha um papel metabólico
central). A glutamina transporta o amônio de uma maneira não tóxica (LEHNINGER,
2014). Algumas patologias podem ser destacadas pelo aumento da glutamina e da amônia
na corrente sanguínea, afetando diretamente no cérebro (BATSHAW et
al., 2014). Uma delas é hiperamonemia que é a causa comum de encefalopatia
e dano cerebral irreversível em pessoas com a presença da deficiência da ornitina. (MACHADO;
FONSECA; JUKEMURA, 2013).
Alunas: Maria Fernanda
D. Medrades e Maria Gabriele A. Ramos – Grupo n° 13
REFERÊNCIAS
CARVALHO,
Layonne de Sousa. DOENÇA DA DEFICIÊNCIA DE ORNITINA CARBAMOILTRANSFERASE:
RELATO DE CASO INFANTIL. REVISTA UNINGÁ, v. 56, n. 4, p. 56-64, nov.
2019. ISSN 2318-0579. Disponível em: <http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/2902>.
Acesso em: 01 dez. 2019.
GUIMARÃES JÚNIOR, Roberto et al. O que é
ureia? Cadernos
Técnicos de Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte - Mg,
p.9-25, abr. 2016
KITAMURA, Sandra Satiko. Intoxicação por amônia em
bovinos e ratos: o desempenho real de desintoxicação e o emprego de tratamentos
alternativos. 2002. 117 f. Tese - Curso de Medicina Veterinária,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. Acesso em: 29. nov. 2019.
CAMPOS, Bruno Ribeiro de et al. TOXICIDADE
AGUDA DA AMÔNIA, NITRITO E NITRATO SOBRE OS JUVENIS DE CAMARÃO ROSA
FARFANTEPENAEUS BRASILIENSIS. Atlântica,
Rio Grande do Sul, p.75-81, 2012. Acesso em: 29. nov. 2019
Nelson, David L.; Cox, Michael M. Princípios
de Bioquímica de Lehninger - 6ª Ed. 2014. Editora Artmed. Acesso em: 01. dez. 2019
Um resumo sobre o assunto em forma de mapa conceitual:
Para acompanhar melhor a resenha, acesse nossos slides abaixo:
Para completar os estudos, sugerimos um artigo sobre a deficiência da ornitina carbamoil transferase, que gera uma doença grave. É muito interessante para observar os mecanismos de como a doença se desenvolve. Acesse o link abaixo para conhecer o artigo:
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