A QUÍMICA DA VIDA

O texto a seguir foi retirado do início da parte 1 do livro de Bioquímica, do Voet. Trata de uma alusão perfeita ao significado da Bioquímic...

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Secreção Gástrica e Inibidores da Bomba de Prótons



SECREÇÃO GÁSTRICA

O suco gástrico do estômago tem  baixas taxas de secreção (no início do jejum) sendo essencialmente uma solução de NaCl com pequenas quantidades de H+ e K+, um ultrafiltrado de plasma. Durante a ingestão de alimentos, a concentração de H+ aumenta substancialmente e diminui o de Na+ em proporções equivalentes sendo capaz de produzir até dois litros de HCl por dia. A secreção gástrica é considerada a primeira fase da digestão,onde às enzimas salivares deixam os alimentos em PH baixo que em contato com a pepsina dissocia às fibras de colágeno, desnaturando as proteínas da matriz extracelular, isto leva a uma mistura dos alimentos no estômago deixando-os em tamanhos menores. A pepsina é secretada por exocitose como um precursor do pepsinogênio que está fragmentado pelo baixo PH, para produzir pepsinogênio ativo, tendo como principal função a digestão de proteínas especialmente na forma de aminoácidos. Já a gastrina é produzida por células G sendo a maior reguladora da secreção ácida em resposta a entrada de alimentos no estômago, especialmente de proteínas. A gastrina vai estimular a produção de ácido por dois mecanismos: estimulação de célula parietal através da liberação da histamina e pela ação trófica direta da célula parietal. A histamina é o maior estimulador do ácido parácrino gástrico, e a somatostatina liberada pelas células D que estão espalhadas pela mucosa gástrica é um inibidor da secreção gástrica por meio da inibição da liberação de histamina.
O muco gástrico é liberado nas fossas glandulares pelas células epiteliais da superfície da mucosa, sendo reconhecidas dois tipos de muco: o visível e o solúvel. Sendo que o muco visível é constituído por mucinas (glicoproteínas) que formam um revestimento gelatinoso de alta concentração de bicarbonato que protege o epitélio ácido,gástrico e a pepsina. Moléculas de mucina são entrelaçados entre si por pontes dissulfeto e junto com os oligossacarídeos que eles possuem dão uma consistência altamente viscosa que se expande facilmente com a hidratação. E o muco solúvel também contém mucinas, mas sem ligações dissulfeto, o que confere uma consistência menos viscosa e permite a lubrificação do bolo alimentar e facilita sua mistura.
A secreção gástrica é regulada pelo equilíbrio entre quimiotransmissores com ações excitatórias e inibitórias, sendo essa secreção dividida em três fases: cefálica,gástrica e intestinal.
  • FASE CEFÁLICA
Antes mesmo da ingestão de alimentos, o estômago está preparado para receber a comida já que os centros cerebrais respondem a estímulos visuais, cheiros, sabores e até pensamento relacionados a comida, e neurônios entéricos que liberam acetilcolina são ativados vagamente atuando diretamente na célula parietal, na enterocromatina e peptídeo liberador de gastrina.
  • FASE GÁSTRICA
É quando há alimentos no lúmen gástrico e tem a estimulação de receptores químicos e mecânicos.
  • FASE INTESTINAL
É responsável por fornecer uma pequena porção de secreção de ácido gástrico na presença de alimentos no intestino.


RELAÇÃO DA SECREÇÃO GÁSTRICA COM OS INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS

O estômago humano tem aproximadamente um bilhão de células parietais,sendo que a célula parietal é altamente especializada, tendo talvez o maior e mais caro processo energético que é o transporte iônico do organismo, possuindo em sua membrana basolateral receptores para histamina, gastrina e acetilcolina
Desde a sua introdução, no final dos anos 80, inibidores da bomba de prótons (IBP) melhoraram drasticamente o manejo das doenças do ácido péptico. Os IBPs possuem estruturas e mecanismos químicos de ação semelhante apenas com diferenças em seus níveis de PKa, biodisponibilidade e plasma.
Os IBPs disponíveis compartilham uma estrutura de base semelhante com substituições de radicais químicos que os diferenciam. Essa característica permite que eles se acumulem seletivamente no canalículo secretor da célula parietal. Este meio ácido canalicular permite a conversão para sua forma ativa catiônica, sendo que nem todas as bombas estão ativas ao mesmo tempo, já que uma dose única inibe apenas 70% das bombas ativas.



Os IBPs são os inibidores mais potentes da produção de ácido e são mais eficazes quando a célula parietal é estimulada a produzir ácido pós-prandial desde que sua quantidade de H+,K+ e ATPase presente na célula parietal seja  maior após jejum prolongado e, portanto, deve ser administrado antes da primeira refeição do dia. A capacidade de secretar ácido novamente é restaurada com a geração de novas bombas de prótons presentes nos

túbulos-vesículas quando submetidos à conversão em bombas ativas na superfície do canalículo.


Segue link do artigo:

Postado por: Fernanda Vargas Lima, Andressa Koch da Cruz e Dalice Assunção  (Grupo 21)





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